Identidade na riqueza da diversidade: Os Institutos Federais são a maior política pública do Brasil.
Essa afirmação do estudioso do campo da educação e trabalho, referência para a educação técnica, tecnológica e profissional do Brasil, o professor Gaudêncio Frigotto, refletiu sobre as dimensões da identidade dos Institutos Federais, no diálogo proposto em palestra ministrada na oitava edição do Workshop de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do IFMT (WorkIF 2023).
Com o questionamento “O que significa formar para o mercado?”, o docente guiou sua palestra analisando a Identidade dos Institutos Federais em duas perspectivas. A primeira delas, refletindo sobre a nova construção organizacional proposta pela criação dos IFs. Neste aspecto, ele ressalta o pregresso histórico da instituição e seu impacto sobre uma nova formulação organizacional.
“Os IFs têm apenas 15 anos, mas uma memória de 114. Neste sentido, ter uma unidade no discurso, no intuito de entender as novas formas de pensamento deve ser levada em consideração. A criação deve ser sempre no diálogo, no dissenso”, destacou.
Em um segundo aspecto, pensando sobre a construção de uma identidade com base na função social dos IFs, Fragotto destacou a importância do papel relevante dos Institutos na interiorização das suas atividades.
“Era impossível, há 20 anos, conceber uma instituição desta natureza em uma cidade com menos de 50 mil habitantes. Os Institutos Federais tornaram isso possível”.
Desta forma, professor ressaltou a estruturação no tripé ensino, pesquisa e extensão adicionando mais um elemento. “Gestão. Sem gestão o tripé não funciona. Sem gestão, não integra.”
E na reflexão sobre o Ensino Integrado, Fragotto provocou os ouvintes a pensar de qual natureza é a integração.
“Não se trata da integração de um curso, mas o ensino deve ser integrado à realidade. Deve estar focado no desenvolvimento local e regional sustentável e na melhoria da qualidade de vida das comunidades. Tem que ser científica, e também de uma resposta prática. Algo que traga mudança da realidade.”
Fragotto concluiu sua palestra comentando sobre os próximos passos dos IFs.
“Um dos grandes desafios do colegiado de diretores é entender a força que os Institutos Federais têm, inclusive de pautar o Ministério da Educação, e não o inverso. Espero que o corpo de dirigentes e servidores lutem para consolidar e avançar a proposta que criou esta excepcional rede de Ensino”.
Texto: Thiago Almeida (BLV) e Edna Pedro (CAS)